Cartas Ciganas e Métodos de Jogos Clássicos – A CASA DO ORÁCULO (2024)

Cartas Ciganas e Métodos de Jogos Clássicos – A CASA DO ORÁCULO (1)

Cartas Ciganas ou Baralho Cigano são lâminas famosas entre os cartomantes profissionais que costumam chamá-las de “oráculo fofoqueiro”, pois as mesmas possuem a capacidade de além revelar passado, presente e futuro, também mostram o lado oculto de todas as coisas, indivíduos e situações.

As Cartas Ciganas são um baralho composto de 36 cartas com desenhos, figuras ou fotos peculiares que apresentam na sua parte superior certos naipes das cartas de jogo (cartas do baralho comum).

Segundo alguns autores, pesquisadores e estudiosos deste misterioso baralho, sua numeração de 1 a 36 tem significados numerológicos. Outros especialistas, dentre eles historiadores, afirmam que o Lenormand era um baralho de jogo de salão criado na Alemanha.

Resumindo: mais um oráculo entre tantos de origem “misteriosa”.

As interpretações ou mensagens destas 36 cartas se referem a assuntos variados do cotidiano como por exemplo: negócios, profissão, aflições, notícias das mais variadas origens e formas, como algumas vezes também revelam assuntos ocultos ao nosso conhecimento, bem como a presença de magia negra ou não em nossas vidas.

As Cartas Ciganas também são utilizadas para a meditação e a prática de magia. Não é necessário, como muitos afirmam, consagrar as laminas, o pano onde se colocará as mesmas ou qualquer outro objeto ou utensílio místico que seja.

O Baralho Cigano responderá suas perguntas, como a de qualquer um que o consulte, independentemente desta ação (de consagração) ser realizada ou não.

É totalmente dispensável o uso de cristais, imagens, copo com água (para absorver energias negativas), adagas, incensos dentre outros produtos esotéricos similares. O seu uso ou não, fica a critério do gosto e crença do cartomante.

Porém, antes de passarmos para os jogos adivinhatórios com as Cartas Ciganas, vamos nos concentrar e estudar um pouco de sua história.

Lenormand

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Marie Anne Adelaide Lenormand nasceu na cidade de Alençon (França), na região de Orne, em 27 de maio de 1772.

Sem sombra de dúvidas, uma das maiores cartomantes da história. Ela foi também, quiromante, estudiosa de Astrologia, Cabala, Tarot, Numerologia, Onomancia, Alquimia e de demais assuntos de natureza ocultista/esotérica.

Apesar de ter nascido em uma família extremamente religiosa, tal fato não a impediu de aos seus 14 anos de idade, iniciar sua extraordinária trajetória como leitora do futuro através das cartas, fazendo na época uso do famoso Baralho de Etteila, bem como das linhas das mãos de seus ilustres consulentes.

Posteriormente, impressionou a muitos quando esteve na Abadia Real das Monjas Beneditinas, ao prever a transferência, da Abadessa, por outra senhora, vinda da região de Pieardie um ano antes de o fato ocorrer.

Em meio à famosa Revolução Francesa, abriu, aos 25 anos de idade, seu salão de atendimentos onde adivinhou o futuro de uma clientela seleta e numerosa.

Neste período de sua vida, fora condenada várias vezes a prisão ao ser acusada da prática de bruxaria onde, em um de seus confinamentos, faria uma vantajosa amizade duradoura com Josephine de Beauharnais, futura esposa de Napoleão Bonaparte que, além de se tornar sua conselheira de confiança, previu a ascensão de seu futuro marido como imperador, assim como também a queda do mesmo.

Madame Lenormand conquistou uma considerável fortuna em imóveis, dinheiro e pinturas.

Ensinou sua arte adivinhatória a um pequeno grupo seleto de alunos.

Graças a sua fama de mulher sábia e aos seus poderes psíquicos, frequentou a alta sociedade de Paris.

Também publicou livros sobre suas memórias, anjos e oráculos, mas não obteve significativo reconhecimento com eles como teve com sua habilidade de leitora da sorte na cartomancia.

Faleceu em 25 de junho de 1843 e foi sepultada no Cemitério Père Lachaise em Paris.

No Brasil, suas lâminas são conhecidas por Cartas Ciganas e/ou Baralho Cigano é, de longe, ao lado das cartas do tarô, um dos oráculos mais utilizados no país por espiritualistas, místicos, esotéricos e ocultistas.

História da Cartomancia Tradicional

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A origem da Cartomancia Tradicional, ou seja, se fazendo uso do Baralho de jogo ainda é um grande mistério.

Sua incerteza vem não nem tanto do fato de que suas cartas sejam antigas, mas por elas serem encontradas praticamente em todos os continentes do planeta e em quase todas as culturas.

No entanto, existe a crença de que estas lâminas surgiram pela primeira vez em plena Idade Média (Idade das Trevas). Porém, as conclusões dos pesquisadores em geral são bastante contraditórias.

Um antigo dicionário chinês, datado de 1678, conta que no ano de 1120, um influente militar mostrou ao imperador Huei Song, uma espécie de jogo de sua invenção, que era constituído de 32 pedras todas esculpidas em marfim, as quais eram chamadas de Faí e que em tempos depois, foram produzidas e impressas em ossos, passando logo depois em papéis.

Mesmo possuindo o formato de pedras de dominó, a palavra Faí, em Mandarim, significava curiosamente cartas e por tal razão, a grande maioria dos estudiosos do assunto aqui em questão, conclui que foram os chineses que inventaram as cartas ou lâminas de baralho.

Em seus primórdios, as cartas de jogo ou de baralho eram todas produzidas à mão, (o que ainda é feito por alguns clãs ciganos) e apenas muito tempo depois passaram a ser impressas sob o formato de gravuras em madeira ou em papel (neste período o baralho de jogos já possuía sua versão de 52 cartas).

A prática da adivinhação do futuro através das cartas do baralho de jogo teve seu início em salões e bares como uma espécie de bizarra recreação.

A grande maioria dos cartomantes deste período possuíam intuições acima do normal ou algum tipo de paranormalidade, pois como se sabe, ainda não existiam livros ou manuais que ensinassem essa arte esotérica.

Juntamente com o Tarô (que surgiu de forma impressa por volta do mesmo período), a cartomancia com o baralho comum ou de jogo, ainda se encontra presente em uma cultura que alguns clãs ciganos difundiram por todo o continente europeu… a cultura da adivinhação do futuro através destas cartas.

A cartomancia no Brasil sofre forte preconceito por parte da comunidade cristã, devido ao fato da mesma ser utilizada por religiosos de cultos de origem africana.

Como a grande maioria dos brasileiros são cristãos (católicos, evangélicos e Kardecistas) o serviço prestado com as cartas voltado para a adivinhação, não possui o mesmo grau de respeito e consideração que oráculos possuem como a Astrologia e a Numerologia, por exemplo.

No entanto, é sempre bom lembrar que essa arte divinatória era extremamente requisitada por poderosos reis e imperadores os quais possuíam seus conselheiros adivinhos (principalmente astrólogos) e sues cartomantes pessoais.

Sempre que estes monarcas ou nobres ouviam os conselhos da cartomancia, poe exemplo, eram vitoriosos em suas campanhas de guerra ou em qualquer empreendimento que fosse.

No entanto, se por alguma razão (geralmente capitalizada pelo ego), zombavam ou ainda não seguiam os tais conselhos e previsões oraculares eram derrotados de forma humilhante nas batalhas e/ou tinham prejuízos irreparáveis em seus negócios.

Uma das histórias mais famosas no mundo com relação e esta questão acima apresentada, diz respeito a cartomante francesa Lenormand (que além do Tarô de Etteila, também utilizava o baralho de jogo).

Esta famosa adivinhadora do futuro era amiga íntima da esposa de Napoleão Bonaparte, Josephine, e teria previsto, entre tantos acontecimentos, a ascensão e posteriormente a queda de seu marido, este um dos grandes nomes da história política da França.

História da Cartomancia Cigana

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O jogo adivinhatório conhecido com cartomancia cigana pode ser dividido em: Cartomancia Cigana com o baralho de Jogo e a Cartomancia Cigana com as cartas do Petit Lenormand.

Com relação ao jogo divinatório se fazendo uso do baralho comum ou tradicional, este não é muito conhecido dos brasileiros e é constantemente confundido com o primeiro aqui citado.

Embora as duas se utilizem das cartas do baralho de jogo, possuem interpretações muito diferentes e contraditórias.

Ambas as cartomancias possibilitam acesso ao passado, presente e futuro de qualquer pessoa, além de também revelar o oculto dos fatos, a idade, a aparência e o meio social também revelam a personalidade de indivíduos, além é claro, do próprio consulente.

Certos pesquisadores (principalmente de origem tradicional esotérica) acreditam que as Cartas Ciganas tenham sido desenvolvidas a partir da reunião de inúmeras ciências ocultas ou herméticas como uma espécie de somatória de conceitos extraídos da Cabala, Numerologia, Gematria, Astrologia entre outras, mas principalmente de seus irmãos mais velhos: o Tarô e o baralho de jogo.

Outra corrente de pensamento afirma que, assim como o tarô (mais especulações!), este baralho foi criado para fins lúdicos (jogos de azar) sem a menor intenção de que o mesmo fosse, um dia, utilizado como um oráculo ou como complemento em algum sistema de magia.

Alguns acreditam que sua origem é, portanto, alemã ou gadjô e não cigana.

No entanto, quando se falam de histórias ou lendas envolvendo este fascinante e misterioso baralho, as duas chamam a atenção pela sua atmosfera romântica.

A primeira e mais famosa de todas, diz respeito à cartomante francesa Marie Anne Adelaide Lenormand que nasceu em Alençon, França, região de Orne, em 27 de maio de 1772, onde a mesma, ao passar por uma das ruas de Paris, se deparou com uma cigana que estava lendo a sorte de uma consulente com um baralho próprio e bastante peculiar, o qual trazia em si figuras características daquele povo.

Ela então, pede autorização ao clã e com sua permissão passa a fazer adaptações daquelas imagens à realidade da sociedade francesa de sua época e posteriormente o mesmo é divulgado após a sua morte.

A segunda, relata a história do pesquisador Juan Garcia Chavez que, em uma viagem à Hungria, ao entrar em uma livraria, à procura de um livro qualquer, encontra sobre o balcão do estabelecimento um rascunho de um livro escrito por um professor chamado Jean Pierre, cujo título era O Único e Verdadeiro Livro do Tarô Cigano.

Seu interesse foi imediato. Após comprá-lo, mandou fazer 5 mil exemplares de início. Foi um grande sucesso.

Pouco tempo depois teve graves problemas de saúde e faleceu, mas não antes de receber a revelação de uma misteriosa cigana em seu leito de morte de que ele, tinha sido Juan Pierre e sua vida passada e ao encarnar naquele novo corpo, veio apenas com uma missão, que era de publicar o tal livro sobre as Cartas Ciganas.

Sem mais delongas, vamos agora aos métodos de natureza básica de adivinhação através das cartas Lenormand ou lâminas do Baralho Cigano (Cartas Ciganas).

Métodos Básicos

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MÉTODO DAS TRÊS CARTAS:

Método mundialmente conhecido e utilizado em todos os tipos de cartomancia que consiste em definir casa e sua posterior leitura da esquerda para a direita, as noções temporais universais: passado, presente e futuro.

Podem ser utilizadas uma, duas ou três cartas/lâminas em cada casa (o Baralho Cigano funciona melhor a partir de duas cartas por cada casa).

Aconselho, por experiencia própria, utilizar no mínimo duas, pois como já afirmado linhas acima, este tipo de cartomancia funciona melhor com combinações se for comparado ao baralho comem ou ao Tarô.

MÉTODO PELADAN:

Método criado pelo abade francês Josephin Peladan (1850-1915), baseado no símbolo da cruz (geometria sagrada), jogo ou tiragem ideal para perguntas objetivas e/ou temporais.

O método em questão foi inventado inicialmente para o uso adivinhatório das lâminas do tarô, porém nada impede que se utilize tal método de jogo com as cartas ciganas.

Cinco casas são utilizadas neste jogo e nessas eu aconselho a se utilizar no máximo duas cartas em cada uma delas.

Situação (1 positiva – 2 negativa), o caminho futuro (3-4) e (5) o estado do consulente diante da situação analisada.

MÉTODO DO CONSELHO:

Método simples no qual tiramos uma, duas e/ou até três cartas (não aconselho que se tire mais do que três lâminas) e nele fazemos uso das cartas não como instrumento de previsão do futuro, mas extraindo da(s) mesmas seu sentido de conselho.

Por exemplo: a carta O Sol pede para que o consulente seja mais alegre otimista e tenha amor próprio.

Ao se fazer uso de mais cartas, os conselhos dobram ou triplicam e assim por diante.

OBSERVAÇÕES

Em todos os três métodos básicos, embaralhar as cartas, onde você ou o consulente cortarão em três montes, da esquerda para a direita, recolhendo, em seguida, os montes da esquerda para a direita.

Abra as lâminas em forma de leque com as figuras e naipes para baixo e escolha ou peça ao consulente para fazer isso retirando a quantidade de cartas necessárias ao jogo em suas respectivas casas.

Então, desvire as cartas e faça a sua interpretação. Simples assim.

Logo abaixo, disponibilizo um de meus vídeos postados em meu canal A CASA DO ORÁCULO no YouTube para análise caro leitor.

Boa sorte.

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Author: Virgilio Hermann JD

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